Este desassossego que me mata

quinta-feira, outubro 2

Dor do fim do dia


A dor do fim do dia é a que mais mói.
O cansaço desperta a mente e abre a janela das memórias.
Frias memórias que se aconchegam no colo da cama e teimam em ficar
O calor dos lençóis relembra o que já se perdeu...
Momentos que já foram
sentimentos que não voltarão a ser...
Tudo nos volta na almofada das recordações

Eu tenho idéias e razões,
Conheço a cor dos argumentos
E nunca chego aos corações.
F. Pessoa, 1932

segunda-feira, março 3

Este Desequilíbrio que escondes




No início o coração tem um controlo aparente

As palpitações coordenadas sossegam a felicidade inerente

os sorrisos espontâneos disfarçam a dispersão que se sente

e as carícias quentes libertam o fogo que se fecha e deixa soltar

devagarinho...

...

Devagarinho se solta o desequilíbrio emocional

a chama descontrolada que tentas arrefecer

tornando morno aquilo se quer de extremos

intenso e descomedido

_

Este desequilíbrio que escondes

não passa de um fingimento que desconheces

Finges inocentemente um controlo aparente

Pareces seguro e equilibrado

mas estás apenas preso

Esta corrente que te prende e torna pequeno

Não deixa escapar a tua incoerência de espírito

E a tua dor permanece silenciada

Num eco vindo de dentro da tua cabeça

sexta-feira, fevereiro 1

alma eternamente minha

" O corpo é o hotel da nossa alma "


dito por um monge budista cujo nome desconheço



Alma minha, que sempre foste e para sempre serás,

ocupas este corpo tantas vezes desejado, poucas amado, outras até magoado

vives esta vida que não sei se escolheste ou se te foi imposta

e que este tormento vai moldando ao longo do tempo

Não sei qual o teu propósito aqui
Nem porque estou neste ambiente

Mas a minha única certeza é que farás sempre parte de mim

terça-feira, janeiro 22

atonement



Come back. Come back to me.

sábado, janeiro 12

Bem na minha mão



"Abro os olhos e adormeço
Sem a mente fraquejar
Saio pela manhã
De passagem, coisa vã
Derrapagem
Que a viagem
tem princípio, meio e fim

Enquanto vergo, não parto
Enquanto choro, não seco
Enquanto vivo, não corro
À procura do que é certo

Não me venham buzinar
Vou tão bem na minha mão
Então vou para lá
Ver o que dá
Pé atrás na engrenagem
Altruísta até mais não

Enquanto vergo, não parto
Enquanto choro, não seco
Enquanto vivo, não corro
À procura do que é certo

Presa por um fio
Na vertigem do vazio
Que escorrega entre os dedos
Preso em duas mãos
Que o futuro é mais
O presente coerente na razão
Frases feitas são reféns da pulsação"


Susana Felix, que voz doce :)



Porque das coisas boas não sei escrever
Essas são para as viver e guardar bem dentro de mim
Porque os sonhos são para quando se desperta

As lágrimas existem para serem cuidadas
e os sorrisos para serem beijados
Porque o ciclo continua a crescer
e o presente já deixou e o ser
algures entre a lágrima e o beijo